
Entrevistas
E mais um ano se inicia, e como aluna do Colégio Único, na busca de somar os
tão valiosos e difíceis pontos, não há outra escolha, escrever para a Folha Única não é
uma opção, é um dever.
Diante da correria entre escola em período integral, inglês, academia e o tão
minguado lazer, optei em fazer uma entrevista com a minha mãe, Sra. Daniella,
servidora do Superior Tribunal de Justiça, para falar um pouco da área de sua formação,
Direito.
Segue um trecho da entrevista:

Bruna Miranda da Silva
1 – Em qual área do Tribunal você trabalha?
R. Atualmente, exerço a minha função no gabinete do Ministro Raul Araújo, já
trabalhei em outras áreas do Tribunal, mas em todas elas relacionadas com a aplicação
do direito.
2 – Por que você escolheu fazer o Curso de Direito?
R – A vida me levou para o Direito, quando optei em estudar para concurso, em
busca de encontrar um emprego que me desse uma certa estabilidade, tive contato com
várias matérias do Direito, tais como: Direito Administrativo, Direito Constitucional
dentre algumas outras, e acabei me identificando com algumas delas.
Por ironia do destino, fui aprovada no concurso do Superior Tribunal de Justiça,
um dos órgãos do Poder Judiciário, o que me levou a optar em cursar Direito.
3 – O que você achou do curso?
R – Gostei bastante, é um curso bastante esclarecer, passamos a ter consciência
de nossos direitos e obrigações como cidadão. Outro ponto bastante cativante, é que ele
traz um “leque” de opções de profissões a serem seguidas após a sua formação.
4 – Por fim, o que você não gostou no curso?
R – O que menos me agradou foi se deparar com a maneia “injusta” que muitas
vezes os homens interpretam a lei que foi criada com o objetivo de trazer a JUSTIÇA.
Assim, encerro meu pequeno bate-papo com a certeza de que independente da
área ou curso que uma pessoa vá fazer, seja um profissional JUSTO.

Sabe-se que nas festas e shows no Brasil, em sua maioria, há uma divergência entre os preços dos ingressos feminino e masculino. Tal prática, comum e muito adotada por casas noturnas, foi parar na Justiça. Roberto Casali Junior, 21, questionou tal desequilíbrio após se indignar com a cobrança de ingressos em Brasília. O estudante de Direito da UnB entrou com uma ação na justiça contra a empresa R2 Produções após a recusa da venda de ingressos pelo mesmo valor cobrado de mulheres.
ENTREVISTA COM ROBERTO CASALI JUNIOR
Folha Única: O que te motivou a ir contra a diferença dos preços?
Roberto Casali Júnior: O que me fez ver essa diferença foi a discrepante nos preços dos ingressos do evento Villa Mix de Goiânia.
FU: Qual foi a base jurídica para seu argumento?
RC: A base jurídica para isso é toda do Código de Defesa do Consumidor, da Constituição, de doutrinas e de algumas legislações estaduais, proibindo tais diferenças.
FU: Para você, enquanto homem, como se sente perante tal desigualdade?
RC: Eu acho que o prejuízo dos homens é pagar mais caro e ser feito de trouxa pelos produtores para que paguem o maior valor possível.
FU: Qual a visão que se passa acerca da mulher?
RC: Uma vez me disseram que quando você não paga o preço de algo é porque você faz parte do produto, e nesse caso a situação é igual, porque as mulheres são usadas como produtos para atrair o maior número de homens possível.
FU: Seu curso da graduação te ajudou nesse processo?
RC: Se eu não fizesse direito, é provável que não tivesse pensado que isso é uma ofensa as leis que temos, porque desde quando eu nasci acontece.
FU: A partir da repercussão, houve mais pessoas favoráveis ou contrárias à sua ação?
RC: Depois que saiu a notícia, o Fantástico fez uma pesquisa que mostrou que 69% das pessoas apoiam essa ideia.
FU: Na sua perspectiva, qual seria o posicionamento das empresas caso a ação virasse lei?
RC: Pessoalmente, acho que as empresas iriam achar ruim, mas no futuro se acostumariam e ninguém mais lembraria que um dia já foi diferente.
FU: Qual foi o resultado da ação?
RC: Ainda não tenho resultado definitivo da ação. Isso pois permanece em andamento , ou seja, não acabou. Por outro lado, existe uma nota técnica feita pelo Senacom, órgão do consumidor ligado ao Ministério da Justiça recomendando que todos os estabelecimentos cobrem valores iguais para homens e mulheres.
Por Isabela Rizzo