
O que você quer ser quando crescer?
Pedagogia
Pedagogia é a ciência que estuda as áreas associadas à educação. A disciplina estuda os processos de aprendizagem, a produção de conhecimento, a organização do sistema educacional e as políticas de educação. O curso oferece formação como pedagogo e como licenciado em pedagogia, ou seja, te prepara para dar aula.
Daniel Astuti Estevanato, de 20 anos, cursa a Universidade Federal de Brasília. O estudante está no 5º semestre de Pedagogia e se predispôs a conversar um pouco sobre o curso.
Folha Única: Quais foram suas principais motivações para fazer pedagogia?
Daniel Astuti: Eu sempre soube que a área que eu queria estudar era uma ciência humana. Eu escolhi pedagogia porque a área da educação sempre me chamou muita atenção. Não como atuação eu acho, para ser professor, mas sim como objeto de estudo. Uma das principais razões de eu fazer pedagogia é que em certo momento da minha vida, no ensino médio, eu fiquei muito revoltado com o jeito que as coisas eram na escola, com a maneira como funcionavam. Isso acabou me dando uma gana, uma vontade, não só de mudar isso, esse nosso sistema tradicional de educação, mas também entender: Como ele ocorre? Porque ele ocorre? Quais os mecanismos que permitem que ele esteja assim. Então, tem muito disso na minha escolha, dessa revolta com o sistema de educação.
FU: Quais eram suas expectativas para o curso?
DA: No começo eu tinha uma ideia que era curso para dar aula, para formar professoras de crianças. Mas depois de umas conversas, antes mesmo de entrar, quando eu decidi fazer pedagogia, aí eu descobri que era na verdade um curso muito mais amplo, que te oferece contato com todas as ciências humanas, praticamente, e tem esse viés pra
educação.
FU: O que mais te surpreendeu no curso?
DA: O que mais me surpreendeu é o que eu falei. Como a educação é parte essencial da sociedade, acaba que o curso dialoga com todas as áreas das ciências humanas. Além da educação, tem antropologia, filosofia, sociologia, psicologia; você dialoga muito com política também, com as leis. E você tem as matérias mais voltadas para a educação, de educação especial, enfim, de tudo. O que mais me surpreendeu foi essa interdisciplinaridade, esse intercâmbio entre as ciências.
FU: Quanto ao mercado de trabalho qual o espaço que a formação em pedagogia te permitiria?
DA: Eu posso atuar em todas as áreas da escola; como professor, coordenador, gestor, orientador... tudo isso. Posso trabalhar em empresas, instituições militares e hospitais.
FU: Você acredita que as carreiras que sua formação abrange devem te garantir estabilidade financeira? Isso é uma preocupação?
DA:Acho que garantem, porque educação sempre tem demanda, então eu não ficaria desempregado, acho. Mas isso não é uma preocupação. Hoje, minha maior preocupação é ser feliz.
FU: Você acredita na pedagogia como meio de transformação social?
DA:Sim, muito. É meio batido já... dizer “A educação transforma o mundo”, mas, sim. Educação forma muito o ser humano, o ato de educar é muito intenso. Então é isso, eu - enquanto educador, enquanto pedagogo – posso atuar na vida de várias pessoas que vão passar por mim, dentro da escola ou fora dela. Como eu falei antes, a minha escolha do curso tá muito ligada à minha revolta em relação ao sistema educacional, da maneira como ele se apresenta hoje. Então eu acredito na pedagogia como meio de mudar essa educação que a gente tem hoje, que é muito excludente, que cria as pessoas para fazer prova e não em uma educação integral do ser humano.
FU:Você acredita que sua formação te permitirá concretizar suas ambições pessoais?
DA: Acredito que sim, mas não todas. Porque nunca me vi fazendo isso. Nunca foi a maior ambição da minha vida. Mas, com certeza, me ajudou muito a ter um olhar diferente sobre as coisas. Acho que a pedagogia potencializou um olhar que eu sempre tive, uma postura crítica frente ao mundo e à sociedade. Também de uma relação muito mais humana, de saber que dá pra gente gerir empresas e pessoas de uma forma mais humana do que a que a gente está acostumado a ver no mundo, de uma forma mais próxima, sem tanta hierarquia, sem tanto autoritarismo, sem tanta insensibilidade. Então isso também é muito importante pro meu lado pessoal, ser capaz de enxergar o outro.
Por Stella Angelo









