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Autor: Camus
Na coluna de hoje abordaremos a obra do argelino Albert Camus. Este autor, relevante tanto quanto filósofo como escritor, sintetiza muito do pensamento existencialista que se firmou no século XX. Nascido em 1913, em Dréan, durante a ocupação francesa em seu país, sofreu desde cedo com o colonialismo francês – ele mesmo um filho de franceses.
Perde cedo o pai, combatente na primeira guerra mundial, e cresce em Argel, capital da Argélia, com sua mãe e seus avós. Mesmo com uma infância pobre, relata em sua obra O Avesso e o Direito um sentimento constante de felicidade. Por pouco não abandona os estudos quando secundarista, motivado por um professor, e segue a vida acadêmica até doutorar-se em filosofia.
Fascinado pela condição humana, produz uma obra que circunda a ideia do absurdo, herdada das filosofias de Kierkegaard e Nietzsche. Segundo ele, o homem vive uma vida de contemplação do absurdo, demonstrada pelos revezes do destino. Suas obras, escritas em uma forma que são por ele intituladas alegorias literárias, transmitem suas ideias existencialistas em contos e romances.
O Absurdo se trata do conflito entre a tendência humana de buscar significado inerente à vida e a inabilidade humana de encontrar esse significado. Nesse contexto, absurdo não significa logicamente impossível, mas sim humanamente impossível. O absurdo surge pela natureza contraditória do homem e do universo existindo simultaneamente.
Nunca aceitou o título de filósofo, se considerando um intelectual ativista. Sua paixão pela literatura o levou a encontrar outra forma de ativismo, que foi escrever peças de teatro com conteúdo político destinada aos trabalhadores.

por Gabriel Lima
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Livro: O Estrangeiro (1942)
Principal obra literária de Camus, o romance conta a história de Meursault, um homem que comete um assassinato e é julgado por esse ato. A ação desenrola-se na Argélia na época em que ainda era colônia francesa, país onde Camus viveu grande parte da sua vida. Abalado pela morte de sua mãe, o protagonista segue assolado pelo sentimento de culpa, não por sua morte, mas por sua incapacidade de demonstrar remorso.
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Filme: Asas do Desejo (1987)
Apesar da belíssima adaptação cinematográfica de O Estrangeiro por Luchino Visconti, em 1967, aqui a recomendação é outra: Asas do Desejo, de Win Wenders. Muito próximo à filosofia do absurdo de Camus, conta a história de dois anjos, invisíveis aos olhos humanos, que proporcionam conforto para as almas desesperadas, após estas passarem para o Outro Lado. Certo dia, um deles passa a querer experimentar as sensações que somente os vivos possuem, e resolve abrir mão de sua imortalidade em troca de poder ser um deles.
