Fotos no celular: para além das selfies
- Lilica Messias
- 25 de out. de 2016
- 2 min de leitura

Comecei a fotografar há relativamente pouco tempo. No começo do ano passado, uma amiga me levou a um encontro de fotógrafos amadores de Brasília, onde tive contato com uma câmera fotográfica pela primeira vez. A experiência toda de aprender a manusear a câmera, conversar com pessoas que já trabalhavam na área e de ver a interação entre fotógrafo e modelo pela primeira vez foi algo maravilhoso e essencial para que eu me sentisse motivada a tirar minhas próprias fotos.
No entanto, aos poucos fui percebendo que a câmera não me ajudava a fotografar os tipos de cena que me interessavam, e encontrei rapidamente a solução num pequeno dispositivo chamado celular.
O celular virou um instrumento essencial no dia a dia no momento que percebi que as fotos urbanas e cotidianas que eu adorava retratar eram muito mais fáceis e naturais com ele. A câmera, apesar de muito vantajosa para fotos com um nível técnico maior, pode e muitas vezes priva o fotógrafo de capturar momentos instantâneos, tanto porque eles acabam enquanto se pega a máquina e tenta configurá-la como também porque as pessoas tendem a ficar mais tímidas e artificiais quando se veem na frente de uma lente. Pessoalmente, o celular me ajudou a fazer o que mais gosto, que é retratar momentos e pessoas que me deixam feliz. Uma foto de amigos andando pela estação de metrô, de um piquenique na beira da estrada, de sorrisos sinceros; esses são os tipos de registro que para mim valem a pena. Aqueles que te fazem sentir algo e te contam uma história.
Outra vantagem existente no celular é que você está sempre com ele. Assim, sempre se terá a oportunidade de flagrar um momento não programado para acontecer. Como gosto muito de fotos urbanas e ando com regularidade, o celular me ajuda bastante na hora de r fotos de grafites, muros, prédios e caminhos que para mim dizem algo tanto esteticamente quanto simbolicamente.
Porém, ainda existe um preconceito muito grande em relação a imagens tiradas no celular. É muito comum a crença de que fotos assim são apenas selfies, animais de estimação e comida, quando não se enxerga o potencial que se pode alcançar. Existem fotógrafos em quem me espelho e respeito enormemente, cuja maioria dos retratos é feito no celular e, por sua qualidade, poderiam facilmente ser confundidos com cliques de câmeras profissionais (aos interessados, indicaria as seguintes contas no Instagram: syrupluz, buteikis e aliledara).
As câmeras semiprofissionais são artigos bastante vantajosos para aqueles que procuram maior rigor estético e técnico. Suas várias opções de lentes, velocidade de obturador, ISO e abertura são coisas que diferenciam. No entanto, se o que procura são fotos simples mas com conteúdo, não se sinta obrigado a adquirir uma. Talvez a resposta esteja no seu bolso.
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