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O que dizer sobre essa bienal...

  • Nalu Carneiro
  • 2 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Entre os dias 21 e 30 de outubro, ocorreu a III Edição da Bienal do Livro e da Literatura e a Folha esteve lá ontem, no dia 29.

A Bienal é um dos eventos mais relevantes do universo literário e, além de estar em sintonia com a rica diversidade da literatura clássica, está acompanhando a literatura contemporânea, as várias formas de se fazer literatura hoje em dia, as questões que são levantadas sobre a sociedade e as outras diversas formas de se fazer arte. A bienal já homenageou o primeiro autor africano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, o nigeriano Wole Soyinka, e o brasileiro Ziraldo. Já em 2014, foram homenageados o uruguaio Eduardo Galeano e o mestre pernambucano Ariano Suassuna. Além destes, mais de 300 (trezentos) escritores, brasileiros e estrangeiros, representantes de mais de sessenta países, participaram das duas edições, em debates, seminários e sessões de autógrafos.

Nessa edição, os homenageados foram a escritora Adélia Prado, que, fora as diversas ocupações, é poetisa e sua arte transforma em grande, os pequenos detalhes do cotidiano, e o autor português Boaventura de Sousa Santos, cuja tese de doutorado revolucionou a sociologia do direito. Ademais, a programação foi composta de palestras, seminários, debates, lançamentos de livros, filmes, shows musicais e exposições.

A Folha pôde assistir a um bate-papo em particular sobre “A produção literária nas redes sociais”, com o pessoal do Chovendo Cartas, o João do Contos Mal Contados e do Aka Poeta, o Mateus do Mateus Santana e uma participação da Seira do Seirabeira – todas as formas em que você pode encontrar o trabalho sensacional desse pessoal estará no fim desse post. Nesse bate papo, eles puderam falar sobre como começaram a escrever e quando começaram a colocar suas coisas na internet, quais eram suas inspirações e o que eles achavam sobre essa interação imediata que a rede mundial de computadores proporciona. Todos eles começaram a escrever bem novos e a postar ainda na adolescência. Uma coisa interessante é o fato de que a maioria deles tirava suas inspirações da música e não tanto da própria literatura. E todos eles acreditam que esse feedback imediato é muito engrandecedor e muito motivador, e que a internet os ajuda a atingir um público muito maior do que se eles publicassem seus textos em outros meios. E, nessa perspectiva, entra o fato de todos eles serem independentes, e a Folha fez uma pequena entrevista com as pessoas maravilhosas do Chovendo Cartas sobre isso, confira:

Folha Única: Como é o desafio de se crescer com a arte hoje em dia, ainda mais nesse contexto de grupo independente?

Ennio Moretti: Bom, é uma a questão do networking, de passar para os seus amigos, de compartilhar, de comentar, o que gera impulsão lá no Facebook. Como eu disse no bate papo, passamos para os nossos amigos, depois para os desconhecidos e depois para os nossos inimigos. E não precisa de dinheiro, não precisa de nada, cara. O elogio de uma pessoa que você nunca falou lá na faculdade, o seu pai chorar com uma poesia sua já basta.

Rafael Falleiros: Assim, eu acho que é muito mais fácil hoje. Antigamente você tinha que conhecer as pessoas da editora, você não sabe quem é o editor-chefe de uma editora famosa, então como você vai conseguir publicar? E outra, hoje em dia, é só você fazer e postar.

Bárbara Dias: Eu acho que a internet é o melhor meio, porque tem uma maior interação entre o escritor e o leitor. Essa interação de você receber o feedback, é uma das coisas que me move todo dia. Eu receber uma mensagem de uma pessoa falando que se identificou com um texto meu ou um ‘Nossa, era o que eu precisava ler hoje’ são as melhores coisas para mim.

F. U. : O que vocês acham do descrédito da produção artística entre os jovens?

Ennio: Então, é uma crítica até, você falar ‘Nós queremos jovens que mudem o amanhã’, mas é como Elis Regina falava ‘Nossos ídolos ainda são os mesmos, e as aparências não enganam não, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...’.

Rafael: A educação evoluiu muito. As pessoas saem do ensino já sabendo de muita coisa, até porque os vestibulares cobram essa coisa de que tem que saber escrever direito. Então, eu acho que a gente tem muito conteúdo, independente de sermos de escola pública ou privada. As pessoas que eu conheço sabem escrever, sabem colocar as palavras de um jeito bonito, então eu acho que é uma visão meio conservadora e antiga.

Bárbara: Assim, na escola, eu acho que a maioria da literatura que a gente lê é aquela literatura obrigatória, que a maioria dos jovens não gosta. Existe muita gente que tem aversão, por exemplo, aos livros de Machado de Assis, porque não entende. E a gente, sendo jovem, tem uma literatura mais jovem, mais acessível, mais atrativa até. Isso é uma coisa que as pessoas têm que observar. E eu sempre tento colocar coisas do meu dia a dia, como Netflix, crush, reciprocidade, essas coisas que aparecem no meu cotidiano de pessoa jovem e que provavelmente aparece no dos outros jovens também.

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