top of page

Ataques de Tubarão

  • Foto do escritor: Rodrigo Pavan
    Rodrigo Pavan
  • 5 de jun. de 2017
  • 5 min de leitura

Os Tubarões estão entre os animais mais temidos por nós, seres humanos. Mas eles estão longe de serem os mais mortais. Existem vários levantamentos e estatísticas sobre o assunto, e em alguns deles o Tubarão não consta nem entre os dez que mais matam seres humanos, sendo superado por hipopótamos, elefantes, leões, abelhas, serpentes, crocodilos, lobos e mosquitos, dentre outros. Então, por que o Tubarão é tão temido e assustador para nós? O que o faz assumir este papel de “grande vilão”?


Dentre as muitas explicações existentes no meio da comunidade científica especializada neste assunto, podemos identificar dois aspectos de suma relevância para justificar este temor, os quais descreveremos agora:

  1. Ambiente hostil: a água, embora seja a “Fonte da Vida”, não é o nosso habitat natural. Lá estamos em um ambiente estranho e perdemos toda nossa força, agilidade e capacidade de reação. Na água, estamos vulneráveis e expostos aos animais que nela vivem. Isso faz com que nos sintamos incapazes, impotentes e frágeis diante de um animal aquático de maior porte, principalmente se o mesmo é um predador grande, forte e rápido, como são os Tubarões.

  2. Momento de descontração: geralmente, quando vamos para o mar, fazemos por lazer ou descontração, numa situação de aproveitar o momento e curtir a natureza, a água, o local. Porém, esquecemos que estamos invadindo um ambiente que tem seus habitantes naturais, pequenos e grandes, pacíficos e predadores. Além de ser aquele “ambiente hostil” descrito acima.

Dessa forma, quando ocorre um Ataque de Tubarão, mais corretamente chamado de Incidente com Tubarão, ocorre um choque, causando uma comoção e um pânico generalizados, como se tivesse havido uma hecatombe, uma catástrofe. Há até o medo de o animal vir na areia terminar sua investida, o que certamente não ocorrerá.

Os incidentes com Tubarão são divididos em provocados e não-provocados. Os primeiros são os que ocorrem pelo ser humano ir intencionalmente ao encontro do animal, como nos casos de pesquisadores, cinegrafistas, mergulhadores, profissionais de aquários e semelhantes. Os não-provocados são os que nos interessam, sendo os casos acidentais, envolvendo pessoas comuns, como banhistas, surfistas, nadadores e outros.


A gravidade e a mortalidade dos ataques de Tubarão variam de acordo com a espécie. No Brasil, as espécies mais incidentes são o Tigre, com comprimento de 3,25 m a 4,25 m, e o Cabeça-Chata (Bull Shark), atingindo de 2,40 m a 3,50 m. Estes Tubarões são extremamente agressivos, o que faz com que tenham letalidade maior que o Grande Branco, o maior peixe predador dos mares, com um comprimento médio de 6 metros. Além da agressividade, estas espécies possuem dentes com características muito especiais. Enquanto os dentes do Grande Branco são triangulares e afiados nos dois vértices, funcionando como uma navalha para cortar a carne, o Tigre e o Cabeça-Chata possuem dentes pontiagudos, afiados e voltados para trás, com bordas serrilhadas e com chanfraduras, como uma barbela de anzol (Fig. 1), apreendendo a presa e dificultando que a mesma se solte da mandíbula, garantindo a máxima retirada de material por mordida.


[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600" o:spt="75" o:preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f" stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"></v:stroke> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"></v:f> <v:f eqn="sum @0 1 0"></v:f> <v:f eqn="sum 0 0 @1"></v:f> <v:f eqn="prod @2 1 2"></v:f> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"></v:f> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"></v:f> <v:f eqn="sum @0 0 1"></v:f> <v:f eqn="prod @6 1 2"></v:f> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"></v:f> <v:f eqn="sum @8 21600 0"></v:f> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"></v:f> <v:f eqn="sum @10 21600 0"></v:f> </v:formulas> <v:path o:extrusionok="f" gradientshapeok="t" o:connecttype="rect"></v:path> <o:lock v:ext="edit" aspectratio="t"></o:lock> </v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_2" o:spid="_x0000_s1026" type="#_x0000_t75" alt="Descrição: G:\Cláudio Souza\Temporários\Imagens\Tubarão\Tuba-dente2.jpg" style='position:absolute;margin-left:-31.5pt;margin-top:-11.6pt;width:396pt; height:178.5pt;z-index:-251658240;visibility:visible' wrapcoords="-41 0 -41 21509 21600 21509 21600 0 -41 0"> <v:imagedata src="file:///C:/Users/MECANO~1/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image001.jpg" o:title="Tuba-dente2"></v:imagedata> <w:wrap type="through"></w:wrap> </v:shape><![endif][if !vml][endif]


Fig. 1



Enquanto a mortalidade geral dos ataques é de 10% - 12% e a do Grande Branco é de 18%, a mortalidade do Cabeça-Chata é de 24% e a do Tigre é de 33%.


Quanto às vítimas dos ataques, o sexo mais atingido é o masculino (93%), com idade média de 22 anos, e as lesões são distribuídas pelas seguintes localizações: Membros Inferiores (80%), Membros Superiores (12%), Tórax / Abdomem (4%), Cabeça / Pescoço (2%) e múltiplos (1%). As lesões são classificadas quanto aos três tipos abordagem do animal. O primeiro, e mais leve, é o “Bumping”: o peixe dá uma “batida” na vítima, para sentir sua consistência e para sinalizar sua presença. Geralmente causa abrasões ou ferimento superficiais e leves devido à pele áspera. O segundo é o “Hit-and-run” (bater-e-correr): caracterizado por uma mordida de reconhecimento, para assustar a vítima e provar. Provoca furos, cortes ou lacerações mais profundas. O terceiro tipo, e mais grave, é o ataque definitivo / concentrado: tem por objetivo segurar a presa para matá-la ou arrancar o máximo que puder na mordida. Provoca as lesões mais graves.


O atendimento a uma vítima de ataque de Tubarão requer uma assistência imediata e rápida, com controle da hemorragia através de curativos compressivos para conter o sangramento, podendo usar o torniquete, se necessário, e infusão intravenosa de líquidos em grande quantidade. O mais importante é parar (ou diminuir) a hemorragia, pois é o que mais mata nestes casos. Feito este atendimento inicial, a vítima deve ser levada a um hospital de referência para receber atendimento especializado e com equipe multidisciplinar, composta por Cirurgião Vascular, Cirurgião Geral, Traumatologista, Fisioterapeuta, Psicólogo e outras especialidades que se fizerem necessárias.


A seguir, nas figuras 2 e 3, temos, respectivamente, a distribuição geográfica das espécies Tigre e Cabeça-Chata na América do Sul. Observem que o Cabeça-Chata invade o rio Amazonas e seus afluentes, pois esta espécie tem a capacidade de sobreviver na água doce por longos períodos.


O Tubarão-Tigre é conhecido como “o limpador” dos mares, pois ele é capaz de comer quase tudo, já que, em termos de alimentação, é o menos seletivo. Não é incomum encontrar objetos de origem humana no estômago deste animal. Uma grande fêmea capturada no Mar Vermelho, continha duas latas vazias, uma garrafa de plástico, dois sacos de estopa grossa, uma lula e um peixe de 20 cm.


O Tubarão Cabeça-Chata, apesar de ser menor que o Grande Branco e o Tigre, não tem predador natural nos mares. Tal fato se deve à elevada agressividade desta espécie e à grande quantidade de músculos, que lhe conferem muita força. Devido à sua constituição robusta, também é chamado de Bull Shark (Tubarão-Touro).

Estas são algumas coisas que podem ser feitas para evitar a chance de um encontro indesejado com um destes animais:


- Evite nadar perto de bocas de rios ou outros estuários com águas turvas onde estes tubarões são conhecidos por ocorrer.

- Não nadar perto de cardumes de peixes em áreas costeiras. Estas populações são frequentemente perseguidas por grandes predadores.

- Seja cauteloso se estiver pescando e carregando sua pesca dentro da água. Estas espécies são conhecidas por se aproximarem dos pescadores que estão carregando suas capturas. - Não copie as práticas de alguns "aventureiros" de televisão, que flagrantemente desconsideram o senso comum para nadarem em torno de tubarões enquanto submersos.

- Em locais com história de ataques / incidentes com Tubarões, procure ficar no raso, evitando entrar muito na água.


Lembre-se: “Água no umbigo é sinal de perigo”.

Apesar disso tudo, o Tubarão, como vimos no início, não é um dos animais com maior letalidade para o homem, causando cerca de 10 a 15 mortes por ano no mundo, número bem inferior a muitos outros. Para nossa curiosidade, dois animais persistem nos dois primeiros lugares em várias listas dos que mais matam seres humanos: o mosquito e o Homem.


 
 
 

Comentários


Quaisquer opiniões aqui expostas não representam a opinião ou da revista ou do Colégio Único.

Todo tipo de produção artística aqui apresentada tem todos os direitos reservados.

Os textos são produzidos por alunos, professores do colégio e colaboradores da revista e se citados, de qualquer forma, deverá ser acrescentada a autoria.

Para contato ou sugestões de pauta:
un1co.folha@gmail.com

 

© 2016 por Centro Educacional Único, O Ensino Definitivo l unicoeducacional.com.br

bottom of page