Mobilidade Urbana na Sociedade Brasileira
- Beatriz Mueller
- 3 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

O direito de ir e vir, garantido a todos os cidadãos brasileiros no artigo 5o da Constituição Federal de 1988, deveria ser o suficiente para assegurar que toda a população do país tivesse condições de se locomover por todas as áreas públicas. Porém, um grande problema da atualidade é justamente a falta de transporte público de qualidade e a um preço acessível, fato que impede pessoas de irem aonde desejam ou necessitam ir.
Segundo uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 53% dos brasileiros não possui automóvel. Ou seja, mais de metade da população do país depende de transporte público, enquanto os outros 47%, que representam, no geral, uma camada de maior renda, possuem, em sua maioria, mais de um automóvel por domicílio, o que demonstra uma discrepância de renda e desigualdade social presente no atual cenário brasileiro. Em grandes cidades tal desigualdade é ainda mais visível, pois há, frequentemente, muito trânsito. Uma quantidade exorbitante de carros ocupa as ruas, e a locomoção torna-se mais lenta, inclusive para aqueles que utilizam o ônibus.
Outra maneira de se locomover sem automóvel próprio é por meio dos metrôs, método inclusive mais rápido e eficiente, por se locomover, em grande parte, no subsolo, onde, evidentemente, não há trânsito. Porém, o preço não é acessível a todos, especialmente se fosse para ser utilizado como um transporte diário. Outra desvantagem desse meio são os altos custos de instalação, o que faz com que muitas cidades não o adote, ou que instalem poucas linhas, o que é mais uma inconveniência em relação a locomoção via transporte público.
Além disso, tanto os ônibus quanto os metrôs ainda apresentam altas taxas de violência. Por serem, muitas vezes, lotados, são comuns os furtos e, infelizmente, até a agressão física e sexual. O perigo de andar de transporte público é, também, um grande empecilho para aqueles que dele necessitam.
A mobilidade urbana, em suma, pode ocorrer de diversas maneiras: de carro, ônibus, metrô, bicicleta ou até mesmo a pé. Porém, problemas de infraestrutura nas cidades brasileiras, além da falta de qualidade de instalações públicas muitas vezes impedem cidadãos de escolherem o meio de transporte que seria mais conveniente para si.
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